A
Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon) lançou,
nesta quarta-feira (23/04), a campanha ´Diga não à úlcera por pressão', que tem
como principal objetivo orientar acompanhantes e pacientes oncológicos, acerca
dos métodos preventivos deste tipo de lesão - comum em pessoas que passam muito
tempo deitadas ou sentadas na mesma posição -, bem como sobre os perigos que ela
pode ocasionar, como o aumento do risco de infecções. Segundo o
diretor-presidente da instituição, Edson de Oliveira Andrade, a atividade segue
até a próxima sexta-feira, mas o trabalho de orientação voltado à segurança do
paciente é feito de forma permanente no hospital.
A
campanha é uma iniciativa da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH),
em parceria com a Comissão de Cuidados com a Pele (CCP) e Diretoria de Ensino e
Pesquisa (DEP). Com cartazes expostos em vários pontos do hospital, a equipe
envolvida, que conta com cerca de 20 pessoas, percorrerá as enfermarias
compartilhadas, Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) Adulto e Pediátrica,
ambulatório e demais setores do hospital, orientando não só pacientes internados
ou que procuram outros serviços na unidade de saúde, mas também os funcionários
da Fundação, informou a coordenadora da ação, enfermeira Glauciane
Neves.
A
úlcera por pressão é uma ferida ocasionada na pele, geralmente sobre uma
proeminência óssea, resultante de pressão isolada ou de pressão combinada com
esfregação sobre o tecido. Quando não tratada devidamente, pode chegar ao osso,
ocasionando dor e sofrimento ao paciente. No caso dos que passam pelo tratamento
oncológico, os cuidados devem ser redobrados, uma vez que as sessões de
radioterapia e quimioterapia baixam a imunidade da pessoa, aumentando o risco de
infecções. Com as úlceras, o risco é potencializado, já que elas se tornam uma
janela de entrada para bactérias nocivas à saúde.
Para evitar este tipo
de lesão, explica Glauciane Neves, chefe da CCIH da FCecon, órgão vinculado à
Secretaria de Estado da Saúde (Susam), é preciso trocar a posição do paciente
que fica deitado ou sentado por muito tempo em decorrência do tratamento, a cada
duas horas, no máximo. Isso porque, a pressão sobre as costas, pernas, ou outras
regiões, acaba por dificultar a circulação, favorecendo a morte celular e
facilitando o aparecimento das úlceras.
Também estão vulneráveis a este
tipo de lesão pessoas com perda de sensibilidade, idosos incapacitados, pessoas
com dificuldade de mobilidade, com doenças degenerativas, com incontinência
urinária ou intestinal e com desnutrição ou obesidade. No caso da desnutrição,
por conta do aumento dos impactos entre os ossos e, da obesidade, por causa do
peso sobre a pele. Ambos podem comprometer o tecido.
As regiões mais
comuns ao aparecimento de úlceras por pressão são: sacral (próximo à bacia),
tornozelo, glútea, calcanhar, trocanteriana (entre as costas e o glúteo), nuca e
cotovelo.
De acordo com o fisioterapeuta e doutor em terapia intensiva da
FCecon, Daniel Xavier, um dos participantes da campanha, a fisioterapia é
responsável pelo trabalho respiratório e mobilização de pacientes em leitos. Ele
alerta para a importância da mudança de posição dos pacientes internados e
destaca que o trabalho é feito em equipe, envolvendo técnicos de enfermagem,
enfermeiros e médicos, os quais recebem treinamento para isso.
“Por conta
do estado nutricional do paciente oncológico, que está sujeito a perda de peso
durante o tratamento, as chances de contrair infecções aumenta, o que favorece a
instalação e o aparecimento de úlceras. Além disso, a pele fica mais fina e o
osso tem maior contato com o leito, o que pode facilitar o desgaste daquele
tecido. Pacientes com redução de defesa orgânica são mais difíceis de tratar
nesse caso”, esclareceu.
Ele lembra, ainda, que os cuidados não devem
ocorrer apenas no ambiente hospitalar, mas também em casa, após a alta do
paciente. “Em casa, as mudanças também são necessárias. Ao receber alta,
familiares são orientados a comprar colchões casca de ovo, que melhoram a
circulação, e a utilizarem coxins (travesseiros) para separar os joelhos, entre
outros”, destaca. São medidas simples que podem evitar o agravamento do estado
de saúde do paciente, assegura.
Retirado do site:
http://www.fcecon.am.gov.br/noticia.php?xcod=9464