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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Qualidade de vida para crianças com câncer

ARTIGO POR DANIEL SALGADO XAVIER - QUINTA-FEIRA, 9 DE OUTUBRO DE 2014

O câncer infantil ainda é carente de muitos estudos

O câncer infantil ainda é carente de muitos estudos em todas as áreas. Nos anos 60, a expectativa de vida para as crianças com câncer era baixíssima. Desde então houve aumento da sobrevida desses pacientes, em virtude do advento tecnológico na área médica, especialmente no que diz respeito ao diagnóstico e ao tratamento, pois as crianças com neoplasias, quando não tratadas a tempo e de forma correta, ainda estão sujeitas a riscos fatais.
 
No entanto, muitas destas crianças têm vencido a doença e vivem normalmente e de forma produtiva, apesar de inúmeros efeitos colaterais, os quais levam a uma diminuição na qualidade de vida e na adesão dos pacientes aos tratamentos.

Nessa linha, vimos a grande necessidade de estudar algo mais específico aqui no Amazonas sobre esse universo. A prática de atividades físicas como forma de recuperar e dar mais qualidade de vida a crianças com câncer no Amazonas será meu tema de pesquisa de doutorado (3º Ciclo) e PHD.

A pesquisa científica será realizado em parte no Brasil e em parte em Portugal pela Universidade do Minho. A instituição é uma das mais tradicionais de Portugal com excelência educacional reconhecida em todos os países da comunidade europeia, além estar entre as 400 melhores do mundo.

A pesquisa “A prática da atividade física e da reabilitação oncofuncional como parte integrante do processo de reinclusão social e incremento da qualidade de vida em crianças portadoras de neoplasias", procura agregar duas das maiores áreas relacionada à saúde, reabilitação e ao bem estar : os fisioterapeutas oncofuncionais e os educadores físicos.

No Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, para todas as regiões, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Nas últimas quatro décadas, o progresso no tratamento do câncer na infância e na adolescência foi extremamente significativo.

Atualmente, em torno de 70% das crianças e adolescentes acometidos de câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado. Dentro desse contexto, a fisioterapia se torna uma aliada para as crianças diagnosticadas com a doença.

O trabalho de pesquisa tem o objetivo demonstrar a relevância da associação entre a adequada prescrição de atividade física e aliada a fisioterapia oncofuncional como fatores fundamentais à reinclusão social e melhora da qualidade de vida de crianças portadoras de câncer. Estamos preocupados principalmente em garantir após o tratamento do câncer um programa que garanta uma melhor qualidade de vida a estas crianças; um programa focado nas habilidades e funcionalidades da criança e em suas potencialidades a serem desenvolvidas e não na doença, que por si só, já devastadora.

A pesquisa deve contemplar a maior parte dos canceres infantis e de maior incidência no Estado. Carecemos de algo voltado para a reinclusão dessa criança com câncer junto ao convívio familiar, junto à sociedade de uma forma geral e não só em nosso Estado mas no Brasil. Infelizmente são raros os programas que efetivamente lidam com essa classe de pacientes e buscam o que objetivamos em nosso trabalho.
 

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terça-feira, 25 de novembro de 2014

A Fisioterapia no câncer de mama



Durante a terapia adjuvante e no seguimento, deve-se priorizar a prevenção e minimização das complicações, sejam elas linfáticas, posturais, funcionais e/ou respiratórias. As recomendações para a prevenção, diagnósticas e tratamento do linfedema são apresentadas no documento de consenso abaixo relacionado.

Para o controle dos sintomas álgicos, as pacientes devem realizar exercícios domiciliares, manobras ativas de relaxamento muscular e auto-massagem no local cirúrgico. A atividade física deve ser recomendada, sendo contra-indicado o uso do braço em movimentos rápidos e de repetição, assim como atividades com carga.

A atuação do fisioterapeuta deve ser iniciada no pré-operatório, objetivando conhecer as alterações pré-existentes e identificar os possíveis fatores de risco para as complicações pós-operatórias, e quando necessário, deve ser instituído tratamento fisioterapêutico nesta etapa, visando minimizar e prevenir as possíveis seqüelas. No pós-operatório imediato, objetiva-se identificar alterações neurológicas ocorridas durante o ato operatório, presença de sintomatologias álgicas, edema linfático precoce, e alterações na dinâmica respiratória.

Os exercícios realizados nos programas de reabilitação física no pós operatório de câncer de mama não seguem um guideline. Muitas propostas de reabilitação foram desenvolvidas para minimizar as complicações pós-operatórias, como o volume de secreção drenada, a incidência de seroma, de deiscência da ferida cirúrgica e, a longo prazo, o desenvolvimento de linfedema crônico.
Alguns estudos discutem a associação entre a realização dos exercícios com as possíveis complicações do pós-operatório; entretanto na literatura há descrições sucintas e particularizadas sobre a maneira de realização dos exercícios.

A fisioterapia precoce tem como objetivos prevenir complicações, promover adequada recuperação funcional e, conseqüentemente, propiciar melhor qualidade de vida às mulheres submetidas à cirurgia para tratamento de câncer de mama. Entretanto, questiona-se qual a melhor maneira de realizar esses exercícios e qual a sua influência nas complicações pós-operatórias. 

Os programas de reabilitação no pós-cirúrgico das pacientes submetidas à mastectomia ou a tratamento conservador com dissecção axilar são parcialmente descritos na literatura do ponto de vista da especificação dos exercícios realizados. Existem programas estruturados em contrações isométricas da musculatura do ombro, braço e mão, nos quais a paciente é instruída a levantar, com as mãos unidas, em flexão, abdução e rotação do ombro até o limite de dor; em outros em que a paciente é estimulada a realizar exercícios ativo-livres em todos os movimentos fisiológicos do ombro.
Há, também, terapias em que são indicados os exercícios como subir com os dedos pela parede até o limite máximo de flexão e abdução, pentear os cabelos, fazer roda de ombro e rotação do braço, entre outros. Existem propostas baseadas em alongamento e fortalecimento, com exercícios rítmicos de cabeça, pescoço, tronco, membros superiores e inferiores. Outros programas consistem de exercícios pendulares, exercícios de escalada do braço na parede e polias. 

Wingatedescreve o tratamento incluindo exercícios ativo-assistidos progredindo para exercícios ativo-resistidos, facilitação neuromuscular proprioceptiva e atividades funcionais, além de orientações para casa. 

Molinaro et al. defendem um protocolo de exercício baseado em movimentos naturais, acompanhados de música, para desenvolver flexibilidade, coordenação e amplitude de movimento do ombro. 

No tratamento de câncer de mama existe certo consenso no que diz respeito à cirurgia, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia; no entanto, na reabilitação física não existem trials comparando e tentando padronizar os programas de exercícios. Diante de várias propostas, têm-se a necessidade de homogeneização dos protocolos, para que sua reprodutibilidade seja possível, dentro de um serviço com vários fisioterapeutas ou em outros serviços, para que o atendimento possa ser otimizado, além de permitir a comparação dos resultados obtidos. 

Os resultados do tratamento do linfedema com técnicas fisioterapêuticas como drenagem linfática manual, enfaixamento compressivo funcional, vestimentas elásticas, exercícios e orientações de autocuidados e automassagem, utilizadas para o tratamento do linfedema revelam-se como bons, melhores e mais rápidos do que outros métodos não invasivos para o tratamento do linfedema.
Contudo, diversos autores enfatizam que os bons resultados dependem do bom treinamento e cuidado do terapeuta e da colaboração do paciente após a fase intensiva de tratamento. Pesquisadores descrevem o resultado de uma série de casos constituídos de 16 braços linfedematosos tratados com técnicas descritas anteriormente. Obtiveram uma redução média de 73% na fase intensiva, depois de um ano, apresentaram uma redução de 80% sem nenhum outro tratamento e ainda descrevem, os mesmos autores, outra série de 56 pacientes que obtiveram uma redução mediado edema de 63% na fase intensiva e, 3 anos após, a redução foi de 64%. Em outra série estudada pelos mesmos autores, a redução obtida com um mês de tratamento em 78 linfedemas unilateral de braços, foi de 64%. A redução dependeu do grau do linfedema e da colaboração do paciente. Após um ano, 44 pacientes foram reavaliados e não apresentaram redução significativa nesse tempo.

Estudos afirmam que o resultado do tratamento para o linfedema depende da colaboração da paciente, especialmente quanto ao uso de vestes compressivas; reforçam que essa colaboração está relacionada ao esclarecimento que a paciente deve receber quanto aos motivos do uso da braçadeira e da importância do ajuste da mesma ao braço. Sugerem ainda que a braçadeira deva ser substituída a cada 2-6 meses para se manter a compressão adequada.
O uso da braçadeira elástica nas pacientes com linfedema deve ser encorajado, contudo não há consenso se essas braçadeiras precisam ser feitas sob medidas ou podem ser compradas nos tamanhos padronizados, bem como sobre o tanto de pressão que deva exercer sobre o braço. A recomendação tem variado entre três classes de compressão: 20-30mmHg; 30-40mmHg, e 40-50mmHg.

Xavier,D.In:Fisioterapia oncológica em adultos.Portal da educação,2008.


Fonte: http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_13532/artigo_sobre_a-fisioterapia-no-cancer-de-mama

Fisioterapia auxilia mulheres nas mudanças corporais após câncer de mama




Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Amazonas, durante todo o ano de 2014, devem ser registrados 390 novos casos de câncer de mama, sendo a maioria na capital. O câncer de mama é a maior causa de óbitos por câncer na população feminina no Brasil, principalmente na faixa etária entre 40 e 69 anos.

A retirada da mama pode ser uma das opções de tratamento para mulheres vítimas de câncer de mama. Depois do procedimento, começa uma nova etapa para a paciente: a de recuperação dos movimentos, que nessa fase, encontra a fisioterapia como principal aliada para garantir a qualidade de vida.

A paciente submetida ao tratamento cirúrgico do câncer de mama terá que conviver com as mudanças de postura causadas pela retirada do seio, como dor e restrição ao movimentar o ombro, inchaço do braço (linfedema) e a falta de sensibilidade na parte superior e interna do braço.

Após a cirurgia, a mulher passa a ter uma nova realidade de seu esquema corporal devido a importantes alterações que com freqüência são geradas pela dor, fraqueza muscular e modificação na imagem corporal. A fisioterapia ajuda a mulher a enfrentar as mudanças causadas pela retirada do seio.

O fisioterapeuta pode intervir desempenhando um papel importante na prevenção de sequelas, fazendo parte integrante da equipe multidisciplinar no acompanhamento da recuperação destas mulheres. Atualmente, a fisioterapia está incluída no planejamento da assistência para a reabilitação física no período pré e pós-operatório do câncer de mama.

A mastectomia radical modificada, principalmente acompanhada de radioterapia, pode determinar complicações físicas, imediatas ou tardias, tais como limitação da amplitude de movimento (ADM) do ombro e do cotovelo, linfedema, fraqueza muscular, infecção e dor, que colocam em risco o desempenho das atividades de vida diária e dos papéis da mulher mastectomizada. Com a fisioterapia, as mulheres são orientadas quanto à postura que irão adquirir no pós-cirúrgico e a importância da aderência à reabilitação.

Quanto mais precoce forem orientados os exercícios, mais rapidamente a mulher responderá ao tratamento. A amplitude de movimentos deve ser alcançada no menor espaço de tempo possível, levando-se sempre em conta as dificuldades individuais de cada paciente.

As pacientes submetidas ao tratamento fisioterápico diminuem seu tempo de recuperação e retornam mais rapidamente às suas atividades cotidianas, ocupacionais e desportivas, readquirindo amplitude em seus movimentos, força, boa postura, coordenação, autoestima e, principalmente, minimizando as possíveis complicações pós-operatórias e aumentando a qualidade de vida.

A fisioterapia desempenha um papel fundamental nesta nova etapa da vida da mulher operada, pois além de significar um conjunto de possibilidades terapêuticas físicas passíveis de intervir desde a mais precoce recuperação funcional, até a profilaxia das seqüelas, além de diminuir o tempo de recuperação, com retorno mais rápido às atividades cotidianas e ocupacionais, colaborando com sua reintegração à sociedade, sem limitações funcionais.

Segundo tipo mais comum

Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom.

No Brasil, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estádios avançados. Na população mundial, a sobrevida média após cinco anos é de 61%.

Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente. Estatísticas indicam aumento de sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes.

Daniel Xavier é doutor em Terapia Intensiva pelo Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva (IBRATI ), responsável técnico da ala de fisioterapia da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCECON) e presidente do Instituto Amazonense de Aprimoramento e Ensino em Saúde (Iapes).

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

O papel da fisioterapia no combate ao Câncer



por Dr. Daniel Salgado Xavier

Quando se trata de recuperar um paciente que está com o câncer, todas as ciências e especialidades são bem-vindas. Afinal, a vida humana é um bem precioso de valor inestimável.

O paradigma câncer-morte, ainda comum na prática médica atual, aos poucos vem sendo abandonado. Os avanços técnico-científicos de nossa era, por ora, jogam garantem ao paciente oncológico uma esperança, mesmo que tênue, da tão almejada cura.

Neste contexto, a fisioterapia onco-funcional ganha espaço na medida em que garante a qualidade de vida e a dignidade ao portador da enfermidade oncológica. Nos últimos dois anos, 2011-2012, a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (Fcecon) diagnosticou 2,2 mil casos de câncer. A instituição atende casos de toda a Amazônia Legal.

O assunto me inspirou a escrever, em 2011, o livro “Fisioterapia onco-funcional para Graduação- O Papel da Fisioterapia no Combate ao Câncer”. A obra aparece na lista dos mais vendidos no portal Clube dos Autores, que destaca os principais livros do País, nas diversas áreas.

A fisioterapia onco-funcional tem como funções essenciais: prevenir, manter e promover condições previamente perdidas, mas o maior mérito do profissional fisioterapeuta é garantir a dignidade do ser humano.

No livro, destaco que o fisioterapeuta oncofuncional deve estar apto para desenvolver suas atividades com pacientes infantis, adolescentes, adultos jovens e idosos, em situações que vão desde a cura do paciente ou nos casos em que a doença é irreversível. “A fisioterapia contribui efetivamente na retomada das atividades diárias dos pacientes, direcionando-os para os novos objetivos”, ressalta.

A assistência fisioterapêutica ao paciente oncológico tem início no pré-operatório, visando o preparo para o procedimento e redução de complicações. A dor é uma das principais e mais frequentes queixas do paciente com câncer, devendo ser valorizada, controlada, e tratada em todas as etapas da doença.

Da mesma forma é de suma importância o papel da fisioterapia nos cuidados paliativos ao paciente, já que a maioria dos pacientes com diagnóstico de câncer convive bastante tempo com a doença.

Inspiração

A inspiração para escrever o livro surgiu ao longo das minhas experiências de mais de 10 anos no tratamento de pacientes com câncer. Nesse tempo pude observar historias de abnegação superação e heroísmo do ser humano sobre uma condição muitas vezes irremediável. Observei também que poucos fisioterapeutas eram habilitados para lidar com esse tipo de paciente, principalmente, o impacto que a morte trazia a tona a falta de preparo do profissional. Também tive o diagnóstico de câncer em 2011, e me encontro reagindo com sucesso ao tratamento.

O livro é indicado para estudantes de fisioterapia e profissionais graduados em busca de aprimoramento. Parte do valor arrecadado com o livro é destinado ao Grupo de Apoio às Mulheres Mastectomizadas do Amazonas (Gamma), que presta auxilio a mulheres vítimas de câncer de mama e que passaram por algum procedimento de remoção cirúrgica da glândula mamaria. Em Manaus, o livro pode ser adquirido na sede da Associação Amazonense de Fisioterapia Intensiva (Assafi-AM), localizada na Rua Berlim, 12, 3° Andar, Conjunto Campos Elíseos. Mais informações pelo telefone 3238-2563.

* Doutor em Terapia Intensiva pelo Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva (IBRATI ), Coordenador-técnico da ala de Fisioterapia da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCECON).

Fonte:http://www.combateaocancer.com/o-papel-da-fisioterapia-no-combate-ao-cancer/

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A importância da fisioterapia na reabilitação da criança com necessidades especiais

Dr. Daniel Xavier


O trabalho do fisioterapeuta com crianças especiais é desafiador, pois é a oportunidade de o paciente descobrir posições e novas experiências e ao mesmo tempo provar de que é capaz, que pode brincar e usufruir de sua vida mesmo com um déficit neurológico leve, moderado ou grave, afinal é um ser humano, também sente e necessita de viver.

Mas não é uma tarefa fácil, afinal o profissional fisioterapeuta terá que conquistar a confiança da criança, interagindo amistosamente com ela, que, dessa forma, passará a colaborar com o tratamento.

Nesse contexto, o fisioterapeuta tem como principal objetivo desenvolver habilidades, melhorando a independência funcional num contexto lúdico e educativo, recuperar as habilidades motoras perdidas dentro do limite do paciente, treinar novas formas de adaptação ao ambiente e as suas atividades dentro de sua capacidade e por fim orientá-lo e a família também sobre formas de higiene e adaptações.
Leia mais em:

http://andanenem.com.br/importancia-da-fisioterapia-na-reabilitacao-da-crianca-com-necessidades-especiais/

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Câncer de próstata: fisioterapia alivia incontinência pós-cirurgia

Estamos no Novembro Azul, um mês de conscientização para a prevenção ao câncer de próstata e a saúde do homem em geral. O câncer de próstata é o sexto tipo mais comum no mundo e o de maior incidência nos homens. As taxas da manifestação da doença são cerca de seis vezes maiores nos países desenvolvidos.

Cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem em homens com mais de 65 anos. Quando diagnosticado e tratado no início, tem os riscos de mortalidade reduzidos. No Brasil, é a quarta causa de morte por câncer e corresponde a 6% do total de óbitos por este grupo.

Muitos pacientes que se submeteram à cirurgia de remoção completa da próstata sofrem com a incontinência urinária, mas a fisioterapia pode ser uma ferramenta para curar o problema.

As pesquisas apontam que a incontinência urinária acontece em 3% a 5% dos casos operados, podendo ser maior em pacientes com manipulação prévia da próstata e diabéticos. Esta incontinência pode durar ate um ano, sendo que a maioria dos pacientes se recuperam em até seis meses.

Um estudo recente, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, demonstra que 96% dos pacientes que fizeram fisioterapia como tratamento pós-cirúrgico adquiriram, após 12 meses, a continência e aceleraram sua recuperação.

Já entre aqueles que não aderiram ao tratamento, apenas 75% voltou a ter controle da urina. A pesquisa mostrou que os exercícios de contração da musculatura do assoalho pélvico podem ajudar a reduzir ou até curar a perda involuntária da urina. Nesse caso, o tratamento fisioterápico tem grande importância na reabilitação do assoalho pélvico, com a finalidade de melhorar a eficácia do esfíncter uretral, que fica enfraquecido após a cirurgia.

A maioria dos pacientes desenvolve incontinência urinária após a retirada da próstata, lembrando que a operação, chamada de prostatectomia radical, é feita em vítimas de câncer de próstata localizado.

No estudo realizado, 73 pacientes que se submeteram à cirurgia foram divididos em dois grupos. O primeiro passou por um tratamento fisioterápico para o fortalecimento do assoalho pélvico e o outro recebeu acompanhamento pós-cirúrgico normal.

No tratamento, após a remoção do cateter em 15 dias de pós-operatório, os pacientes do primeiro grupo receberam a terapêutica com biofeedback – aparelho que possui um sensor eletrônico, que registra as contrações do esfíncter e assoalho pélvico, permitindo que os pacientes treinem as contrações destes músculos. Além de tratar a perda urinária, ajudar a reeducar a bexiga e auxiliar no pós-operatório, a fisioterapia melhora a qualidade de vida e a auto-estima dos homens.

Conhecida popularmente como perda involuntária de urina, a incontinência urinária é um problema que acomete, em média, 10% da população, segundo dados da OMS (Organização Mundial de Saúde). Como tratamento para esta patologia, indica a Fisioterapia Uroginecológica, que pode ser realizada por pessoas de ambos os sexos, e em todas as idades, desde que tenha sido recomendada por um médico.