Por Dr. Daniel Xavier
O
Dia Nacional da Saúde, 5 de agosto, é em homenagem ao dia do nascimento
desse grande médico, cientista, epidemiologista, sanitarista, gestor
público Oswaldo Cruz, um dos maiores pilares da história da saúde no
Brasil. Mas essa data, nos faz refletir sobre como estamos cuidando da
nossa saúde.
Em 1948, a Organização Mundial de Saúde (OMS) formulou uma definição de
saúde bem arrojada para a época e que é válida até os dias de hoje:
saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e social e não
simplesmente a ausência de doença. Já nessa época, o conceito já era
alvo de muitas críticas, mas mesmo assim ele nunca foi adaptado pela
OMS.
Nosso corpo sempre reage de acordo com o tratamento que recebe. Existem
alguns hábitos saudáveis simples que devemos cultivar. Seu corpo e sua
mente agradecem! Incluindo hábitos saudáveis no seu dia-a-dia você
mantém sua saúde física e mental, melhora a auto-estima, ameniza os
sintomas da depressão e da ansiedade, reduz o risco de doenças cardíacas
e fortalece o organismo — enfim, aumenta sensivelmente sua qualidade de
vida. Por isso, listo aqui algumas dicas que podem contribuir com a sua
saúde, em todos os aspectos.
Comer melhor: O cuidado com o que vai no seu prato é um dos
pontos centrais para alcançar uma maior qualidade de vida. O abuso de
alimentos ricos em gorduras saturadas, sódio e açúcares é um gatilho
para doenças como infarto, derrames, hipertensão, obesidade, diabetes e
até câncer. Em contrapartida, é fácil incluir no cardápio alimentos
heróis da resistência e da longevidade. Cientistas da Universidade Park,
nos Estados Unidos, concluíram que consumir mais oleaginosas (nozes,
castanhas, avelãs, amêndoas e pistache) reduz o risco de males cardíacos
entre 25% e 39%, quando consumidos cinco vezes por semana. Elas são
ricas em gorduras boas, em especial o ômega 3, que diminuem as taxas de
colesterol ruim e evitam a formação de placas de gordura que obstruem as
artérias.
Durma bem: Repor as energias do dia com uma boa noite de sono é
mais do que importante, é essencial. Um estudo da American Academy of
Sleep comprovou que dormir bem é um dos segredos para a longevidade. Dos
2.800 participantes da pesquisa, os 46% que relataram insatisfação com a
saúde tinham também má qualidade de sono. Uma outra pesquisa da
Associated Professional Sleep Societies afirma que quem sofre de insônia
crônica corre três vezes mais risco de morrer em comparação à pessoas
que não sofrem com o problema.
Mexa-se: Os benefícios da atividade física para a saúde do
organismo somam uma lista extensa. Dizer não ao sedentarismo significa
afastar de perto doenças como a obesidade, hipertensão, doenças
cardiovasculares, diabetes, hipertensão, além de dar mais disposição e
energia. Para colher todos esses benefícios, basta andar. Uma pesquisa
da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), da USP, comprovou que
a caminhada reduz a pressão arterial na primeira hora e, o que é melhor
ainda, essa queda se mantém nas 24 horas subsequentes. O cérebro também
fica mais afiado.
Levante-se da cadeira: A Sociedade Americana de Câncer descobriu
que não é apenas a falta de atividade física que pode encurtar a vida,
mas também a grande quantidade de tempo gasto sentado. Tudo porque
quando ficamos frequentemente sentados e por muito tempo o nosso
metabolismo se altera e influencia em fatores como colesterol alto e
repouso da pressão arterial, que são indicadores da obesidade, problemas
cardiovasculares e outras doenças crônicas. Por isso, nada de ver a
vida passar da cadeira. "Para quem precisa trabalhar sentado, exercícios
simples de alongamento vão trazer maior oxigenação e ajudar no
reposicionamento do corpo para alcançar o equilíbrio postural", ensina o
fisiologista do esporte Raul Santo de Oliveira.
Dê olho na balança: Uma alimentação equilibrada, rica em
nutrientes, e a prática de exercícios físicos regulares vão te ajudar a
manter o peso ideal. O sobrepeso e a obesidade, além de elevar os riscos
de diabetes, derrame, hipertensão e apneia, estão por trás de 30% dos
casos de câncer, de acordo com dados levantados pela União Internacional
de Combate ao Câncer (UICC). Por isso, a regulação da dieta é
fundamental. Além de melhorar a saúde e a autoestima, a perder peso
também favorece a memória, segundo pesquisas feitas pelo Hospital das
Clínicas, de São Paulo.
Controle os nervos: Apesar de não ser considerado doença, o
estresse pode favorecer o aparecimento de doenças psico-fisiológicas e,
por isso, precisa ser observado e controlado. O estresse também é fator
de risco para os problemas do coração. Foi o que concluiu uma grande
pesquisa feita em Campinas e São Paulo pela Secretaria do Estado da
Saúde. Entre as mais de 100 mil pessoas analisadas, 46,8% sofriam algum
tipo de estresse e tiveram seus níveis de problemas cardiovasculares
aumentados.
Sorria para a vida: Nada melhor do que o humor para combater os
percalços que aparecem. O bom humor pode manter as pessoas saudáveis e
aumentar as chances de uma vida longa, segundo estudo recente da
Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, que avaliou mais de 53
mil pessoas durante sete anos. Os pesquisadores descobriram, por meio de
alguns testes, que os participantes que eram mais bem humorados tinham o
risco de morte reduzido em até duas vezes. Para melhorar a sua atitude
positiva diante da vida, aposte em uma breve caminhada em áreas verdes,
como parques e jardins. A dica vem direto da Universidade de Essex, no
Reino Unido, que descobriu que praticar atividades ao ar livre, por mais
curtas que sejam (10 minutos bastam!), melhoram significativamente a
saúde mental, trazendo benefícios para o humor e para a autoestima.
Apague o cigarro: Já parou para pensar que seu cigarro causa
males terríveis ao seu organismo, mas também das pessoas ao seu redor.
Um estudo da University College London, do Reino Unido, descobriu que a
exposição à fumaça do cigarro dos outros pode aumentar em 50% os riscos
de sofrimento psicológico. E outro estudo vindo do Canadá trouxe também
que o fumo passivo está por trás do aumento de 40% dos casos de sinusite
crônica. Portanto, o fumo passivo pode ser pior que a poluição. Mas, os
fumantes precisam prestar atenção aos males do cigarro para o próprio
organismo. Estima-se que cerca de 200 mil mortes por ano, no Brasil, são
decorrentes do tabagismo, responsável pelos riscos aumentados de câncer
de pulmão, de boca e doenças cardiovasculares.
Cultive bons amigos: Que o homem não é uma ilha você já sabe.
Conseguimos sentir de longe os benefícios que a convivência com pessoas
queridas nos traz. Mas, ter uma boa rede de amigos pode ser mais
importante do que você imagina. Uma pesquisa recente da Universidade
Brigham Young, nos EUA, descobriu que quem vive rodeado de amigos e
vizinhos pode viver até 50% mais do que alguém que vive só. Para os
pesquisadores, perder o apoio social pode diminuir ainda mais as chances
de sobrevivência do que obesidade, fumo ou sedentarismo.