FISIOTERAPIA EM PACIENTES PLAQUETOPÊNICOS
Pos graduando: Graziela Ribeiro Carneiro
Cordenador da pós graduação em terapia intensiva Iapes: Daniel Xavier
As plaquetas são ncélulas que possuem propriedade de coagular o sangue, são produzidas na medula óssea e sua função é estancar/impedir hemorragia. O valor considerado normal de
plaquetas é 150.000 a 400.000/mm³
A plaquetopenia,também denominada por trombocitopenia, é a diminuição do número de plaquetas nosangue (menor que 150.000/mm³). Nos pacientes oncológicos, a plaquetopenia tem
origem multifatorial, resultantes tanto de efeitos diretos do tumor quanto de
múltiplos mecanismos de causas secundárias, como invasão da medula óssea,
processos inflamatórios e efeitos relacionados à quimioterapia ou à radioterapia, estaalteração é comumente causada pelos efeitos tóxicos de alguns medicamentos
quimioterápicos à medula óssea com comprometimento do seu funcionamento normal,
assim a quimioterapia faz com que seja mais difícil a produção de
plaquetas pela medula óssea, por conseguinte ocorre a plaquetopenia. Porém, o próprio câncer e tratamentos oncológicos anteriores podem iniciar ou agravar a plaquetopenia. Além
disso, outros medicamentos não-quimioterápicos também afetam a função
plaquetária e a infiltração das células cancerosas na medula óssea pode ter um efeito profundo nos pacientes oncológicos, afetando no seu programa de reabilitação.
Um dos sintomas mais óbvios de plaquetas baixas é o sangramento, o nariz, as gengivas ou as
bochechas dentro da boca sangram sem motivo, no caso de uma pequena ferida, a hemorragia não para por um tempo. Também é possível que ocorra um
sangramento dentro do corpo que se manifesta como hematoma ou nódoas negras. O principal sintoma de hemorragia interna devido a púrpura é o aparecimento de manchas
vermelhas ou roxa na pele, algumas manchas roxas ou avermelhadas pequenas sobre o corpo aparecem como uma erupção cutânea, também podem ser um
sintoma de contagem de plaquetas baixa no sangue. A contagem das plaquetas inferior a 50.000/μ l pode ser perigoso.
Uma avaliação rigorosa
deve ser realizada pelo fisioterapeuta antes de iniciar qualquer terapêutica
nestes pacientes, considerando as condições clínicas e os parâmetros
fisiológicos (hemoglobina, hematócrito, leucócitos e, principalmente, o número
de plaquetas). Com base nisso, De Vita e cols., em 2008 e Stubblefiels e O’Dell
em 2009, recomendaram algumas precações em relação a prescrição de exercícios
nos pacientes oncológicos, destacando o tipo de exercício conforme as contagens
de plaquetas.
Abaixo segue as
principais recomendações:
a) Plaquetas <10.000/mm³ com transfusão de plaquetas antes do
treinamento: atividades de vida diária (assistidas e essências) e saída do
leito com supervisão, nenhum exercício antigravitário ou
resistido.
b) 10.000 - 20.000/mm³ sem nenhum sinal de sangramento: atividades
de vida diária, exercícios ativos, isométricos,
isotônicos com leve resistência. Nenhum alongamento prolongado.
c) 20.000 - 30.000/mm³: deambulação assistida, exercícios ativos e
leves, mobilidade funcional.
d) 30.000 a 50.000/mm³: atividade física moderada, exercícios
resistidos (até 1kg) e deambulação.
e) Acima de 50.000/mm³: programa de exercícios resistidos e até
treino aeróbico.
f) vibração torácica isolada com plaquetas acima de 30.000/mm3,
e as manobras torácicas (higiene brônquica e reexpansão pulmonar) e a técnica
de aspiração podem ser realizadas com contagens acima de 50.000/mm³.
Estudos recentes e de acordo com a Associação Médica Brasileira
(AMB), a prática de exercícios físicos supervisionados pelo fisioterapeuta,
conforme as recomendações já citadas, pode ser seguras em pacientes com câncer
e/ou plaquetopenia grave, plaquetas > a 10.000/mm³ com reposição (transfusão
de plaquetas). Nessa linha, trabalhos apontam para potenciais benefícios da
terapia por exercício, como os advindos da fisioterapia e da prática de
exercícios físicos, na recuperação de pacientes com câncer. O exercício promove
alterações físicas, humorais e funcionais e é de grande valia, associado as
demais terapias.
A fisioterapia tem
sido indicada em várias fases do tratamento com câncer, objetivando melhora e
manutenção das funções motora e respiratória. Em 2004, Marchese e cols.
observaram aumento na amplitude de movimento das articulações indispensáveis à
marcha, assim como da mobilidade e dos movimentos, por meio da reabilitação
neuromotora realizada por profissionais de um serviço de home care. Alguns
autores também discutem a melhora do quadro respiratório desses pacientes,
quando submetidos a técnicas de desobstrução brônquica e relatam, ainda,
diminuição do quadro de dor, para pacientes em cuidados paliativos,
incentivadores de fluxo, apoio abdominal, ginga torácica e aspiração
endotraqueal também podem ser condutas fisioterapêuticas adotadas.
O objetivo da reabilitação para
os pacientes com câncer é melhorar sua qualidade de vida para a produtividade
máxima com dependência mínima, não obstante a expectativa de vida. O processo
da reabilitação para pacientes com câncer pode ser definido em quatro estágios
e o paciente pode mover-se entre alguns ou todos estes estágios.
Vários autores
referem-se, considerando cerca de 20.000 mm3 o valor mínimo de
plaquetas para que o paciente realize exercícios de forma segura. Vale lembrar
que apesar da literatura nos trazer um valor mínimo de referência de plaquetas
para a realização do exercício físico, devemos considerar também outros valores
importantes como por exemplo, o da hemoglobina - proteína que transporta
oxigênio aos tecidos. Não devemos esquecer, também, da importância de uma
avaliação bem realizada da condição clínica do paciente como um todo,
respeitando sempre a especificidade de cada caso e sendo assim possível
realizar exercícios de forma confortável, eficiente e, principalmente, segura
para o paciente e para o fisioterapeuta.
Referências
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Acesso em: 10 maio 2017.
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