Controle Central da Respiração
A
respiração possui tanto o controle voluntário quanto o involuntário. O
controle voluntário existe para que possamos realizar outras funções na
qual sem ele seria impossível de realizar, um exemplo disso é a fonação.
O controle involuntário nos mantém respirando maior parte do tempo,
pois durante a maior parte do tempo nem nos lembramos de estarmos
respirando.
O
processo automático da respiração origina-se em impulsos, que vem do
tronco cerebral. A natureza periódica da inspiração é controlada por
neurônios localizados na ponte e médula, os quais são denominados
centros respiratórios.
São reconhecidos três grupos principais de neurônios:
Centro respiratório medular na formação reticular da medula abaixo do assoalho do quarto ventrículo, este compreende duas áreas:
Grupo respiratório dorsal (GRD) –
Encontra-se no núcleo do feixe solitário, e recebe os aferentes dos
pares dos nervos cranianos IX e X (glossofaríngeo e vago). Enviam
eferentes para os motoneurônios frênicos, no diafragma, e para o grupo
respiratório ventral (dois tipos d
e neurônios respiratórios).
Grupo respiratório ventral (GRV) –
Possui neurônios inspiratórios que enviam eferentes para os músculos
intercostais e escalenos, e neurônios expiratórios, comandando os
músculos abdominais. Localiza-se no nível dos núcleos retro e
para-ambíguo. Recebe informações do GRD e o funcionamento dos centros
descritos, ainda está sendo elucidado e sua compreensão ainda não é
completa. A teoria mais aceita atualmente é a da “inibição fásica”.
Nessa teoria, um ativador da inspiração central estimularia as células
do GRD. A inspiração seria então provocada pelas células alfa.
Entretanto, quando estimuladas às células beta até certo limiar, have
ria
a inibição do gerador da atividade inspiratória central, e assim
interrupção da inspiração e o início da expiração espontânea.
Centro pneumotáxico –
Encontra-se no núcleo parabraquial medial e atua modulando a
interrupção da inspiração. Essa interrupção se dá através de variados
estímulos químicos ou mecânicos. Pode também transmitir sinais
hipotalâmicos para os centros bulbares, o que explicaria as respostas
ventilatórias às emoções e às variações de temperatura.
Centro
respiratório apnêustico localiza-se na porção inferior da protuberância
e envia impulsos elétricos para o núcleo respiratório dorsal,
prevenindo ou retardando o ponto limitante do Sinal Inspiratório em
Rampa. Isto é, tem uma função oposta à do centro pneumotáxico. O volume
pulmonar aumenta progressivamente e apenas, ocasionalmente, ocorrem
pequenos suspiros expiratórios. A função deste centro ainda não está
totalmente esclarecida, mas é provável que em associação com o centro
pneumotáxico controle a profundidade e duração da inspiração.
No
contexto do controle da ventilação é crucialmente importante que os
grupos musculares operem de maneira coordenada e isso constitui
responsabilidade do controlador central. Um quimiorreceptor é um
receptor que responde a uma alteração na composição química do sangue ou
outros fluidos em torno de si.
Os quimiorreceptores mais importantes no controle da respiração são os:
Quimiorreceptores periféricos – São
dois tipos: carotídeos (localizados na divisão da artéria carótida
comum em externa e interna). São pequenos nódulos rosados de baixo peso.
Possuindo vascularização especial, suas fibras nervosas se reúnem no IX
par craniano (glossofaríngeo). Estipula-se que a resposta à hipóxia
seja quase que totalmente consequência do estímulo dos corpos
carotídeos. A acidose induz a hiperventilação e a alcalose o oposto
(hipoventilação).
Aferentes vagais bronco parenquimatosos – Possuem
papel preponderante na regulação do ritmo respiratório, já que com a
vagotomia, há uma redução em 50% da frequência respiratória.
Mecanorreceptores –
Situados ao longo da árvore brônquica, nas vias respiratórias centrais e
conectados às grandes fibras mielinizadas. São sensíveis ao estiramento
e, portanto, à insuflação pulmonar. A adaptação é lenta, e representa o
clássico reflexo de inibição de Hering-Breuer: inspiração chama a expiração. Ao se manter a distensão pulmonar, a apnéia é mantida.
Receptores de irritação –
Fibras mielinizadas oriundas no epitélio nasal e da árvore brônquica.
São ativados por variações significativas da pressão intra-pulmonar,
pelo CO2 alveolar, pela inalação de gases irritantes, por mediadores
histamínicos, etc. Seu papel é broncomotor.
Receptores J –
Localizados no interstício pulmonar, em contato com os capilares. Por
isso são chamados de justacapilares. Inervação é amielínica e as
informações são transportadas pelas fibras C. A ativação destes
receptores provoca taquipnéia.
Receptores musculares – São receptores dos músculos estriados, encontrados nos músculos respiratórios.
Variações
no conteúdo sanguíneo de CO2 afetam os centros respiratórios e
circulatórios. Um aumento na pressão parcial de CO2 leva a um aumento da
freqüência respiratória e a uma vasoconstrição em diversas regiões.
Isto favorece a eliminação de CO2 e diminui a formação do mesmo nos
tecidos. Na falta de O2 ocorre uma intensificação da atividade cardíaca e
respiratória cuja finalidade é corrigir a absorção e o transporte de
O2.
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