A Unidade de
Tratamento Intensiva Oncológica
A Fisioterapia dedicada ao paciente crítico tem seu início no
mundo na década de 1950 com a crise da poliomielite. Inicialmente tinha seu
enfoque na assistência ventilatória com manuseio dos ventiladores não invasivos
chamados de pulmão de aço (Iron Lung). Após este período, vem sido incorporada
ao atendimento dos pacientes principalmente no aspecto respiratório, a chamada
fisioterapia pneumo-funcional, e a neurológica então neuro-funcional (FERRARI,
2005).
No ano de 2011 através da resolução COFFITO Nº 392, de 04 de
outubro de 2011 - (DOU nº. 192, Seção 1, em 05/10/2011, página 160) - Reconhece
a Fisioterapia em Terapia Intensiva como especialidade do profissional
fisioterapeuta o que estabelece normas e diretrizes que nortearão a formação de
profissionais habilitados e capacitados no manejo do paciente criticamente
enfermo internado na UTI.
Nos últimos anos, avanços nos cuidados dos pacientes com
câncer possibilitaram maior probabilidade de controle ou cura da doença.
Entretanto, os usos de tratamentos quimioterápicos e cirúrgicos mais agressivos
implicam diretamente na maior utilização de leitos de Unidade de Tratamento
Intensivo (UTI). Também, na última década, estudos têm demonstrado que os
avanços recentes nos cuidados intensivos se traduziram na redução da
mortalidade de pacientes críticos com câncer, mesmo em populações de maior
risco como pacientes com sepse ou submetidos à ventilação mecânica (LARCHE,
2003).
Segundo ALBERGARIA, 2007 uma UTI de hospital oncológico
guarda características próprias em relação às UTIs gerais, pois permite
admissão de pacientes que não teriam espaço em outras unidades por questões
éticas e necessidade constante de rotatividade pela falta de vagas.
Entretanto, ainda que o papel da fisioterapia intensiva
atualmente esteja bem estabelecido dentro dos critérios de inclusão e atuação
como componente da equipe interdisciplinar, o seu papel em áreas específicas
como a prestação de serviços em uma UTI oncológica, carece de respaldo
técnico-científico.
As particularidades inerentes a estes clientes como o caráter
progressivo de suas disfunções clínicas, a mielossupressão, a maior
predisposição às infecções das vias respiratórias, a caquexia, a plaquetopenia,
as alterações cinético-funcionais provenientes da intervenção cirúrgica e das
técnicas adjuvantes ao controle/combate da neoplasia, parecem em um primeiro
momento contraindicar ou no mínimo tornar o processo fisioterapêutico menos
atuante (XAVIER, 2010).
A intervenção fisioterapêutica em pacientes oncológicos é
relativamente recente, a sua aceitação enquanto medida terapêutica efetiva
ainda é controversa, na medida em que a existência do paradigma câncer-morte
ainda impera e resiste na mentalidade e no manejo do cliente oncológico
(XAVIER, 2010).
Em todos estes pacientes, o câncer e sua intervenção
terapêutica necessária muitas vezes produzem significativa perda funcional
permanente ou em longo prazo, requerendo reabilitação para retorno do indivíduo
à independência funcional e para melhorar a sua qualidade de vida (ALBERGARIA,
2007).
A fisioterapia intensiva em oncologia apresenta um
considerável leque de possibilidades terapêuticas para o manejo do paciente
grave internado nas UTIs, entretanto, as indicações e contraindicações das
manobras usuais, bem como seus objetivos terapêuticos, se mostram insuficientes
como norteadores dos procedimentos e das condutas profissionais, principalmente
ao estendermos a prestação de serviço ao cliente oncológico (XAVIER, 2010).
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