por Dr. Daniel Xavier
Não faz muito tempo em que a preocupação das grávidas de todo o País ganhou um novo foco. O surto de crianças diagnosticadas com microcefalia ascendeu o alerta das autoridades em saúde e ampliou os cuidados das mulheres com anseio de ser tornarem mães.
As causas e particularidades dessa condição ganharam repercussão na mídia local, e até internacional, com opinião de especialistas em saúde e de cientistas sobre o “responsável” pelos casos: o zika vírus, transmitido pelo aedes aegypti. Esse foi apenas o primeiro passo de uma caminhada.
Apesar de não haver cura para microcefalia, existem tratamentos que contribuem para que a criança chegue à vida adulta com qualidade de vida, como a fisioterapia. O acompanhamento feito por um profissional pode contribuir no desenvolvimento das atividades motoras e amenizar as sequelas dessa condição.
Como pós-graduado em fisioterapia Neurológica, trabalhei durante muito tempo com crianças das mais variadas patologias neurológicas e, atualmente, no atendimento fisioterapêutico na rede pública do Amazonas, tenho observado um crescimento exponencial de crianças que apresentam microcefalia e consequente atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM).
Atendo na rede pública pacientes de famílias muito simples, que não entendem direito a doença, mas que vêm no nosso atendimento, uma esperança do filho poder ter uma vida melhor e mais independente.
Atuamos principalmente segundo os preceitos fundamentados pelo desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) da criança, e a partir destes conceitos utilizamos uma série de técnicas fisioterapêuticas que visam estimular o DNPM normal, proporcionar experiências nas diversas posturas funcionais, trabalhar no sentido de prevenir deformidades.
Estes objetivos convergem para um objetivo maior que consiste na adequação para as atividades de vida diária e principalmente no favorecimento a maior independência funcional possível.
Dificuldades
Os bebês geralmente atingem até os seis meses de vida já conseguem sustentar o pescoço para levantar a cabeça ou o tronco, e com isso poder ficar sentado, mas para as crianças com diagnóstico de microcefalia, a expectativa é diferente.
Dependendo de qual área do cérebro foi afetada pela malformação, não há etapas definidas por idade. Na prática, cada criança tem um desafio diferente a superar e um tempo adequado para se desenvolver.
Nesse sentido, podemos ter na fisioterapia um tratamento fundamental no tratamento de habilitação dos pequenos, não apenas cooperando para o desenvolvimento motor, mas também exercendo um papel fundamental nas habilidades cognitivas, de linguagem, sensoriais, dentre outras.
O fisioterapeuta vai atuar desde a avaliação fisioterapêutica, com a aplicação de protocolos padronizados de avaliação, de acordo com o quadro clínico e a faixa etária de cada criança, até a assistência hospitalar e ambulatorial. Muitas crianças deverão necessitar de visitas semanais ao fisioterapeuta durante longos anos.
Nesses atendimentos individualizados, o profissional deverá enfatizar a aquisição dos marcos motores para cada idade, bem como traçar objetivos que priorizem a independência funcional da criança dentro de suas possibilidades.
O trabalho do fisioterapeuta vai depender do quadro de evolução da criança: quantas sessões por semana, a intensidade e o tipo de estímulo a ser aplicado, etc. Mas é sempre importante ressaltar que o trabalho deve ser multidisciplinar, ou seja, em conjunto com o trabalho de outros profissionais, como, por exemplo, os já mencionados.
Não existe um tratamento definitivo para a doença, todo o trabalho realizado pela fisioterapia e outros profissionais tem por objetivo a redução dos impactos que a criança sofre como decorrência do acometimento pela microcefalia.
Daniel Xavier tem pós-Doutorado em fisioterapia pela Logos University/Flórida-USA e é Coordenador-Geral da pós-graduação da IAPES-Instituto Amazonense da Aprimoramento e Ensino em Saúde e Coordenador da Fisioterapia na UTI/Fcecon
As causas e particularidades dessa condição ganharam repercussão na mídia local, e até internacional, com opinião de especialistas em saúde e de cientistas sobre o “responsável” pelos casos: o zika vírus, transmitido pelo aedes aegypti. Esse foi apenas o primeiro passo de uma caminhada.
Apesar de não haver cura para microcefalia, existem tratamentos que contribuem para que a criança chegue à vida adulta com qualidade de vida, como a fisioterapia. O acompanhamento feito por um profissional pode contribuir no desenvolvimento das atividades motoras e amenizar as sequelas dessa condição.
Como pós-graduado em fisioterapia Neurológica, trabalhei durante muito tempo com crianças das mais variadas patologias neurológicas e, atualmente, no atendimento fisioterapêutico na rede pública do Amazonas, tenho observado um crescimento exponencial de crianças que apresentam microcefalia e consequente atraso no desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM).
Atendo na rede pública pacientes de famílias muito simples, que não entendem direito a doença, mas que vêm no nosso atendimento, uma esperança do filho poder ter uma vida melhor e mais independente.
Atuamos principalmente segundo os preceitos fundamentados pelo desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) da criança, e a partir destes conceitos utilizamos uma série de técnicas fisioterapêuticas que visam estimular o DNPM normal, proporcionar experiências nas diversas posturas funcionais, trabalhar no sentido de prevenir deformidades.
Estes objetivos convergem para um objetivo maior que consiste na adequação para as atividades de vida diária e principalmente no favorecimento a maior independência funcional possível.
Dificuldades
Os bebês geralmente atingem até os seis meses de vida já conseguem sustentar o pescoço para levantar a cabeça ou o tronco, e com isso poder ficar sentado, mas para as crianças com diagnóstico de microcefalia, a expectativa é diferente.
Dependendo de qual área do cérebro foi afetada pela malformação, não há etapas definidas por idade. Na prática, cada criança tem um desafio diferente a superar e um tempo adequado para se desenvolver.
Nesse sentido, podemos ter na fisioterapia um tratamento fundamental no tratamento de habilitação dos pequenos, não apenas cooperando para o desenvolvimento motor, mas também exercendo um papel fundamental nas habilidades cognitivas, de linguagem, sensoriais, dentre outras.
O fisioterapeuta vai atuar desde a avaliação fisioterapêutica, com a aplicação de protocolos padronizados de avaliação, de acordo com o quadro clínico e a faixa etária de cada criança, até a assistência hospitalar e ambulatorial. Muitas crianças deverão necessitar de visitas semanais ao fisioterapeuta durante longos anos.
Nesses atendimentos individualizados, o profissional deverá enfatizar a aquisição dos marcos motores para cada idade, bem como traçar objetivos que priorizem a independência funcional da criança dentro de suas possibilidades.
O trabalho do fisioterapeuta vai depender do quadro de evolução da criança: quantas sessões por semana, a intensidade e o tipo de estímulo a ser aplicado, etc. Mas é sempre importante ressaltar que o trabalho deve ser multidisciplinar, ou seja, em conjunto com o trabalho de outros profissionais, como, por exemplo, os já mencionados.
Não existe um tratamento definitivo para a doença, todo o trabalho realizado pela fisioterapia e outros profissionais tem por objetivo a redução dos impactos que a criança sofre como decorrência do acometimento pela microcefalia.
Daniel Xavier tem pós-Doutorado em fisioterapia pela Logos University/Flórida-USA e é Coordenador-Geral da pós-graduação da IAPES-Instituto Amazonense da Aprimoramento e Ensino em Saúde e Coordenador da Fisioterapia na UTI/Fcecon
Fonte: http://www.acritica.com/blogs/artigos/posts/fisioterapia-e-um-das-principais-aliadas-do-bem-estar-de-criancas-com-microcefalia
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