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terça-feira, 2 de julho de 2013

PNEUMONIA ASSOCIADA À VENTILAÇÃO MECÂNICA



Especializanda Ketollen Souto

        A pneumonia associada à ventilação mecânica é uma síndrome infecciosa do pulmão, freqüente, de grave evolução.  A pneumonia hospitalar é aquela que ocorre 48 horas ou mais a partir da admissão hospitalar, em pacientes ainda não intubados. Quando o paciente evolui desfavoravelmente e é encaminhado para internação na unidade intensiva, com a indicação  de intubação orotraqueal e instituição da ventilação invasiva, poderão surgir indícios de infecção 48-72 horas  após a intubação e o início da ventilação mecânica, sendo conceituada como pneumonia relacionada à ventilação mecânica.
      Os pacientes intubados perdem a barreira natural entre a orofaringe e a traquéia, eliminando o reflexo da tosse e promovendo o acúmulo de secreções contaminadas acima do cuff,surgindo devido uma de equilíbrio entre os mecanismos de defesa do indivíduo e o agente microbiano, devido ao tamanho do inóculo ou virulência do microorganismo.
     De acordo com o tempo de internação, as pneumonias poderão ser classificadas em precoces, quando os indícios da infecção surgem até o quarto dia de intubação e ventilação mecânica, ou tardia quando se inicia após o quinto dia de intubação e ventilação mecânica, sendo
este fato de importância para se presumir o diagnóstico etiológico e iniciar um tratamento adequado. As de inicio tardio são geralmente ocasionadas por patógenos multirresistentes, o que aumenta a mortalidade e a morbidade. Pacientes que tem um início precoce de pneumonia associada a ventilação mecânica geralmente são ocasionados por patógenos sensíveis aos antibióticos tendo um melhor prognóstico.

     A duração prolongada da VM em pacientes com IOT está associada a um aumento da morbidade e mortalidade em UTI, apresentando um risco para sua ocorrência de 1 a 3% a cada dia de permanência em VM. A principal fonte de surtos de bactérias multirresistentes são as UTI’s, devido ao excessivo consumo de antimicrobianos, uso rotineiro de técnicas invasivas.

     O fator de risco para a PN aumenta de seis a vinte vezes nos pacientes que encontram-se em IOT e VM. A IOT é o fator de risco mais importante para o surgimento da PAVM, pois pode se tornar um reservatório para a proliferação bacteriana, aumentar a aderência e colonização bacteriana nas vias aéreas o que reduz a atividade mucociliar e a tosse.

    O diagnóstico desta patologia ainda é bastante controversa, devido a falta de consenso entre os profissionais. Clinicamente suspeita-se de pneumonia associada a ventilação mecânica quando o paciente sob este procedimento desenvolve um novo ou progressivo infiltrado pulmonar associado a febre, leucocitose e secreção traqueobrônquica purulenta. Porém, existem causas não infecciosas destes sintomas, podendo confundir o diagnóstico, ou seja, para um melhor diagnóstico deve haver uma junção entre a avaliação clínica e exames de lavado broncoalveolar e hemocultura, pois a maioria dos erros resulta em prescrição desnecessária de antibióticos, falhas no diagnóstico de pneumonia e no tratamento das infecções polimicrobianos ou por patógenos resistentes.

       A maioria dos casos a morte por pneumonia ocorre por uma antibioticoterapia inadequada. Portanto, a escolha do antibiótico correto se torna uma estratégia importante na redução da mortalidade desses pacientes. Para realizar uma antibioticoterapia adequada deve-se considerar vários fatores além de uma simples combinação de antibióticos com as bactérias, é preciso administrar o medicamento certo na dose certa, prevenindo a ocorrência de patógenos multirresistentes, que está relacionada à dois fatores importantes, o uso prévio da antibióticos e a duração da VM. É importante usar a terapia empírica adequada o mais rápido possível, e é necessário o conhecimento de quais patógenos estão presentes na UTI de cada hospital, assim como sua sensibilidade, evitando-se o uso excessivo de antibióticos.

       Devido a alta taxa de mortalidade da PAVM, programas de educação básica tem reconhecido que a ocorrência de PAVM pode ser reduzida em 50% ou mais usando várias intervenções para prevenir a colonização e a aspiração de secreções e de conteúdo gástrico. O crescimento da freqüência de microorganismos resistentes representa um sério problema de saúde. A UTI é uma grande fonte de patógenos resistentes. Sendo assim, a prevenção deve fazer parte de estratégias de manejo da PAVM.
     A partir do exposto, observou-se que a PAVM é uma patologia bastante incidente e apresenta uma alta taxa de mortalidade em pacientes intubados internados em UTI’s. Sendo assim, seu diagnóstico e tratamento devem ser precoces a fim de reduzir a severidade da doença e melhorar seu prognóstico.
Todos os profissionais da área de saúde, inclusive os fisioterapeutas, que trabalham com esses pacientes devem agir em concordância, adotando medidas de prevenção da PAVM a fim de reduzir os riscos para a sua ocorrência, resultando em uma diminuição da taxa de mortalidade de seus pacientes.







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