Especializanda Ketollen Souto
A pneumonia associada à ventilação
mecânica é uma síndrome infecciosa do pulmão, freqüente, de grave
evolução. A pneumonia hospitalar é
aquela que ocorre 48 horas ou mais a partir da admissão hospitalar, em
pacientes ainda não intubados. Quando o paciente evolui desfavoravelmente e é
encaminhado para internação na unidade intensiva, com a indicação de intubação orotraqueal e instituição da
ventilação invasiva, poderão surgir indícios de infecção 48-72 horas após a intubação e o início da ventilação mecânica,
sendo conceituada como pneumonia relacionada à ventilação mecânica.
Os pacientes intubados perdem a barreira
natural entre a orofaringe e a traquéia, eliminando o reflexo da tosse e
promovendo o acúmulo de secreções contaminadas acima do cuff,surgindo devido
uma de equilíbrio entre os mecanismos de defesa do indivíduo e o agente
microbiano, devido ao tamanho do inóculo ou virulência do microorganismo.
De acordo com o tempo de internação, as
pneumonias poderão ser classificadas em precoces, quando os indícios da
infecção surgem até o quarto dia de intubação e ventilação mecânica, ou tardia quando
se inicia após o quinto dia de intubação e ventilação mecânica, sendo
este fato
de importância para se presumir o diagnóstico etiológico e iniciar um
tratamento adequado. As de inicio tardio são geralmente ocasionadas por
patógenos multirresistentes, o que aumenta a mortalidade e a morbidade.
Pacientes que tem um início precoce de pneumonia associada a ventilação
mecânica geralmente são ocasionados por patógenos sensíveis aos antibióticos
tendo um melhor prognóstico.
A duração prolongada da VM em pacientes
com IOT está associada a um aumento da morbidade e mortalidade em UTI,
apresentando um risco para sua ocorrência de 1 a 3% a cada dia de permanência
em VM. A principal fonte de surtos de bactérias multirresistentes são as UTI’s,
devido ao excessivo consumo de antimicrobianos, uso rotineiro de técnicas
invasivas.
O fator de risco para a PN aumenta de seis
a vinte vezes nos pacientes que encontram-se em IOT e VM. A IOT é o fator de
risco mais importante para o surgimento da PAVM, pois pode se tornar um
reservatório para a proliferação bacteriana, aumentar a aderência e colonização
bacteriana nas vias aéreas o que reduz a atividade mucociliar e a tosse.
O diagnóstico desta patologia ainda é
bastante controversa, devido a falta de consenso entre os profissionais.
Clinicamente suspeita-se de pneumonia associada a ventilação mecânica quando o
paciente sob este procedimento desenvolve um novo ou progressivo infiltrado
pulmonar associado a febre, leucocitose e secreção traqueobrônquica purulenta.
Porém, existem causas não infecciosas destes sintomas, podendo confundir o
diagnóstico, ou seja, para um melhor diagnóstico deve haver uma junção entre a
avaliação clínica e exames de lavado broncoalveolar e hemocultura, pois a maioria
dos erros resulta em prescrição desnecessária de antibióticos, falhas no
diagnóstico de pneumonia e no tratamento das infecções polimicrobianos ou por
patógenos resistentes.
A maioria dos casos a morte por
pneumonia ocorre por uma antibioticoterapia inadequada. Portanto, a escolha do
antibiótico correto se torna uma estratégia importante na redução da
mortalidade desses pacientes. Para realizar uma antibioticoterapia adequada
deve-se considerar vários fatores além de uma simples combinação de antibióticos
com as bactérias, é preciso administrar o medicamento certo na dose certa,
prevenindo a ocorrência de patógenos multirresistentes, que está relacionada à
dois fatores importantes, o uso prévio da antibióticos e a duração da VM. É
importante usar a terapia empírica adequada o mais rápido possível, e é
necessário o conhecimento de quais patógenos estão presentes na UTI de cada
hospital, assim como sua sensibilidade, evitando-se o uso excessivo de
antibióticos.
Devido a alta taxa de mortalidade da
PAVM, programas de educação básica tem reconhecido que a ocorrência de PAVM
pode ser reduzida em 50% ou mais usando várias intervenções para prevenir a
colonização e a aspiração de secreções e de conteúdo gástrico. O
crescimento da freqüência de microorganismos resistentes representa um sério
problema de saúde. A UTI é uma grande fonte de patógenos resistentes. Sendo
assim, a prevenção deve fazer parte de estratégias de manejo da PAVM.
A partir
do exposto, observou-se que a PAVM é uma patologia bastante incidente e
apresenta uma alta taxa de mortalidade em pacientes intubados internados em
UTI’s. Sendo assim, seu diagnóstico e tratamento devem ser precoces a fim de
reduzir a severidade da doença e melhorar seu prognóstico.
Todos os profissionais da área de
saúde, inclusive os fisioterapeutas, que trabalham com esses pacientes devem
agir em concordância, adotando medidas de prevenção da PAVM a fim de reduzir os
riscos para a sua ocorrência, resultando em uma diminuição da taxa de
mortalidade de seus pacientes.
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