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quinta-feira, 6 de junho de 2013

A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA MOTORA EM PACIENTES CRÍTICOS

Pós Graduanda em Fisioterapia Intensiva: Cláudia Roberta



Em muitos hospitais, a fisioterapia é vista como parte integrante do tratamento de pacientes nas unidades de terapia intensiva (UTI). Imobilidade, descondicionamento físico e fraqueza são problemas comuns em pacientes com insuficiência respiratória ventilados mecanicamente e podem contribuir para o prolon­gamento da hospitalização. Pacientes em ventilação mecânica (VM) prolongada frequentemente apresentam fraqueza da musculatura perifé­rica e respiratória que prejudicam seu estado funcional, nutricional  e sua qualidade de vida. O objetivo da fisioterapia em pacientes na VM prolongada é minimizar a perda de mobilidade, melhorar a independência funcional e facilitar o desmame.
A fisioterapia motora tem por objetivo específico evitar a síndrome do imobilismo através de um programa de exercícios gradual que pode ser iniciado tão logo o paciente o paciente se torne hemodinamicamente estável, com o objetivo de melhorar a função cardiovascular, respiratória, musculoesquelética, além do bem estar psicológico do paciente e de seus familiares, entre outras complicações.
Geralmente o sistema musculoesquelético é o mais acometido pelo imobilismo, as limitações funcionais podem prejudicar as transferências, posturas e movimento no leito e em cadeiras de rodas, dificultar as AVD`s, alterar o padrão da marcha e aumentar o risco de formação de úlceras de pressão.
Como resultado de todas as alterações do sistema ósseo, articular e muscular, podem surgir complicações graves a estes sistemas. É fundamental que o fisioterapeuta além da preocupação quanto à melhora da capacidade respiratória, tenha muita atenção à capacidade motora, tentar atuar juntamente pode trazer grandes benefícios ao paciente acamado como: evitar atrofia muscular e manter e/ou restaurar amplitude articular; prevenir trombose venosa profunda, embolia pulmonar, pneumonias e hipotensão postural;  aliviar a dor;  diminuir ou prevenir edemas; melhora do condicionamento cardiovascular; reduzir o tempo de internação; restaurar a funcionalidade para atividades de vida diária (AVDs); preparar para deambulação, quando o paciente tiver tais condições.
O Tratamento pode ser feito com exercícios passivos, ativo-assistido, ativo-livre, ativo-resistido, isométricos. Promover a reeducação postural, a conscientização corporal, o relaxamento muscular, estimular movimentação no leito e independência nas atividades.
Segundo Fraça et al., 2009, as complicações inerentes à VM prolongada são de origem multifatorial. A imobilidade no leito, desordens clínicas como a sepse e a síndrome da resposta in­flamatória sistêmica (SIRS), déficit nutricional e exposição a agentes farmacológicos como bloqueadores neuromusculares e corticosteróides, traduzem todos os fatores que podem afe­tar adversamente o status funcional e resultar em maior perío­do de intubação orotraqueal e internação hospitalar.
A mobilização precoce tem mostrado redução no tempo para desmame da ventilação e é a base para a re­cuperação funcional. Nela devem estar incluídas, atividades terapêuticas progressivas, tais como exercícios motores na cama, sedestação a beira do leito, ortostatismo, transferência para a cadeira e deambulação.
O posicionamento adequado no leito dos pacientes na UTI pode ser usado com o objetivo fisiológico de otimizar o transporte de oxigênio através do aumento da relação ven­tilação-perfusão (V/Q), aumento dos volumes pulmonares, redução do trabalho respiratório, minimização do trabalho cardíaco e aumento do clearance mucociliar. Além de tam­bém otimizar o transporte de oxigênio, a mobilização reduz os efeitos do imobilismo e do repouso. Os exercícios passivos, ativo-assistidos e resistidos visam manter a movimentação da articulação, o comprimento do tecido muscular, da força e da função muscular e diminuir o risco de tromboembolismo. Portanto, a mobilização precoce é um proce­dimento viável e seguro, que promove aumento da força mus­cular, permite em poucos dias a transferência do paciente da cama para a cadeira e a deambulação, e um menor tempo de internação na UTI e hospitalar.
Os riscos da imobilização em doentes críticos ventilados mecanicamente não são bem esclarecidos. Entretanto, é evi­dente que os sobreviventes apresentem fraqueza e fadiga persis­tente, prejudicando sua qualidade de vida. A mobilização pre­coce é uma área nova e com poucas evidências até o momento. No entanto, recentes estudos têm confirmado que a mobili­zação em pacientes ventilados mecanicamente é um procedi­mento seguro e viável, diminuindo o tempo de internação na UTI e hospitalar. Porém mais estudos se fazem necessário para se identificar o tipo de exercício, duração, intensidade e a reper­cussão da fisioterapia motora precoce em grupos específicos de pacientes.


Especializanda: Cláudia Roberta Tavares da Silva.


 Referência:


França EET, Ferrari FR, Fernandes Patrícia V, Cavalcanti R, Duarte A, Aquim EE, Damasceno MCP. Força tarefa sobre a fisioterapia em pacientes críticos adultos: Diretrizes da Associação Brasileira de Fisioterapia Respiratória e Te­rapia Intensiva (ASSOBRAFIR) e Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB). [Internet]. [citado 2009 Nov 11]. Disponível em: http://www.amib.org.br/pdf/DEFIT.pdf

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