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quinta-feira, 6 de junho de 2013

CRITÉRIOS E UTILIZAÇÃO DA MANOBRA DE PEEP-ZEEP

Pós Graduanda em Fisioterapia Intensiva: Josiane Coelho Silva do Nascimento



Segundo Santos et al (2009), os pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva (VMI) que lhes fornece um sistema de ventilação e oxigenação com a finalidade de manter uma adequada ventilação alveolar, restaurar o equilíbrio ácido-básico e reduzir o trabalho respiratório, acabam apresentando diversos componentes que dificultam a depuração das secreções pulmonares como inadequada umidificação, altas frações de oxigênio, uso de sedativos e ou anestésicos, doenças pulmonares basais e a presença de uma via aérea artificial que dificulta, mecanicamente, a eliminação das secreções na altura da traquéia. A retenção de secreção contribui para episódios de hipoxemia, atelectasia e pneumonia associada ao ventilador. No tratamento de pacientes que recebem VMI, a fisioterapia respiratória tem como objetivo melhorar sua função pulmonar, através da desobstrução brônquica, da expansão das áreas pulmonares colapsadas, e conseqüentemente equilíbrio da relação ventilação/perfusão. Alguns estudos demonstraram a eficácia da fisioterapia na resolução de atelectasias e promoção de higiene brônquica.
As manobras de higiene brônquica objetivam a mobilização e eliminação de secreções pulmonares. Essas manobras incluem drenagem postural, tapotagem, pressão torácica, vibrações torácicas, Huffing e a compressão torácica associada a ZEEP ( zero and expiratory pressure), a qual consiste na elevação da PEEP até um mínimo de 10cmH2O. Um instante antes de realizar as manobras de vibrocompressão torácica, zera-se a PEEP elevando-a, em seguida, para seu valor normal. Esta técnica auxilia na mobilização de secreções brônquicas de pacientes submetidos a VM, mas está contra-indicada na presença de instabilidade hemodinâmica, de hipertensão intracraniana e fístula broncopleural (COSTA, 2004).
Nesta técnica, ocorre insuflação dos pulmões por meio do aumento da PEEP, seguido de rápida descompressão pulmonar pela redução abrupta da PEEP até zero cmH20, acompanhada pela vibrocompressão torácica manual. Teoricamente, ao aumentar a PEEP por um intervalo mínimo de 30 segundos o gás é redistribuído através da ventilação colateral, alcançando alvéolos adjacentes previamente colapsados por muco. Essa redistribuição propicia a reabertura de pequenas vias aéreas descolando o muco aderido à sua parede. Posteriormente, ao diminuir a PEEP para 0 cmH2O, altera-se o padrão de fluxo expiratório interferindo no mecanismo de duas fases e potencializando o carreamento das secreções descoladas (RODRIGUES, 2007).
Na técnica PZ o fluxo inspiratório se mantém inalterado e ocorre elevação significante do fluxo expiratório no momento da redução da PEEP para zero (ZEEP). Este efeito ocorre, sobretudo, pela súbita despressurização da via aérea associada à compressão torácica manual, o que gera aumento do volume corrente exalado em um menor tempo expiratório. É possível pensar que uma das vantagens desta técnica seja a mimetização da tosse, com a saída rápida de ar dos pulmões sem a desconexão do ventilador. Esta técnica tem características peculiares em relação às demais, principalmente pela manutenção da conexão paciente/ventilador, bem como, o controle preciso das variáveis de fluxos e pressões impostas ao sistema respiratório durante a execução da técnica (RODRIGUES, 2007).






 Referências

Costa, Dirceu. Fisioterapia respiratória básica. São Paulo: Editora Atheneu, 2004.

Rodrigues, M. V. H. Estudo do comportamento hemodinâmico, da troca gasosa, da mecânica respiratória e da análise do muco brônquico na aplicação de técnicas de remoção de secreção brônquica em pacientes sob ventilação mecânica. São Paulo, 2007.  Disponível em www.cardiopneumo.incor.usp.br/...


Santos, F. R. A.; Júnior, l. c. s.; Júnior, L. A. F.; Veronezi, J. Efeitos da compressão torácica manual versus a manobra de PEEP-ZEEP na complacência do sistema respiratório e na oxigenação de pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva. Rev Bras Ter Intensiva. 2009; 21(2):155-161. Disponível em www.scielo.br/pdf/rbti/v21n2/07.

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