Pós-graduanda: Kelly dos Santos Matos
Organização
Mundial de Saúde definiu Cuidados Paliativos como “medidas que aumentam a
qualidade de vida” de pacientes e seus familiares que enfrentam uma doença
terminal, através da prevenção e alivio do sofrimento por meio de identificação
precoce, avaliação correta e tratamento de dor e outros problemas físicos,
psicossocial e espiritual. (SAMTANA,
ET AL).
Entende-se
por cuidados paliativos quando é realizado por uma equipe multiprofissional em
trabalho harmônico e convergente (Serra, Izzo).
O
câncer ocupa um lugar de destaque em relação às doenças crônico-degenerativas
como descreveu FLORIANI E SCHARAMM, com quase sete milhões de óbitos por ano no
mundo. As maiores taxas estão na população geriátrica e verifica-se um aumento
importante da mortalidade a partir dos trinta (30) anos de idade.
A
fisioterapia é uma ciência aplicada, cujo objetivo é o movimento humano,
buscando promover, aperfeiçoar ou adaptar, principalmente as condições físicas
do individuo, numa relação terapêutica que envolve paciente, terapeuta e
recursos físicos e naturais, ANDRADE ET
AL também descreveu que o fisioterapeuta, deve partir da sua avaliação,
para estabelecer um programa de tratamento adequado com utilização de recursos,
técnicas e exercícios, objetivando, por meio de abordagem multiprofissional e
interdisciplinar, alivia do sofrimento, dor e outros sintomas estressantes;
além de oferecer suporte para que os pacientes vivam o mais ativamente
possível, com impacto na qualidade de vida com dignidade e conforto.
O
fisioterapeuta possui um arsenal abrangente de técnicas que complementam os
Cuidados Paliativos tanto na melhora da sintomatologia quanto da qualidade de
vida. MARCUCCI também descreve que o tratamento deve ser elaborado de acordo
com os graus de dependência, dividindo seu tratamento de acordo com a
funcionalidade do paciente.
Pacientes
totalmente dependentes: tem como objetivo manter a amplitude de movimento,
aquisição de posturas confortáveis, favorecendo a respiração e outras funções
fisiológicas, evitar edemas de membros e dor, posicionamento e orientação
quanto às mudanças de decúbitos e transferências, prevenção do imobilismo,
priorização das condições ventilatórias do indivíduo com treinos e orientação
de exercícios respiratórios. Pacientes dependentes porém com capacidades de
deambulação: o objetivo estar na manutenção de suas capacidades de locomoção,
autocuidado e funcionalidade, facilitação e indicação de dispositivos de
auxilio à marcha (órteses e calçados adequados), mobilizações globais,
exercícios de coordenação motora e equilíbrio, como também exercícios
respiratórios e treino de tosse. Já nos pacientes independentes, porém
vulneráveis: o objetivo é a manutenção ou melhora da capacidade funcional, com
a potencialização de mecanismo protetores, orientação postural, treinos de
marcha, coordenação e equilíbrio, utilização de técnicas da cinesioterapia para
ganhos de amplitude articular, força e elasticidade nos movimentos,
cinesioterapia respiratória, no controle da dor pode-se utilizar de terapias
manuais, eletroterapia como TENS, termoterapia, exercícios, mobilizações e
técnicas de relaxamentos, na presença de dispneia ou desconforto respiratória,
utilizar técnicas que favoreçam a manutenção das vias aéreas pérvias e
ventilação adequada, além de relaxamento dos músculos acessórios da respiração,
diminuindo o trabalho respiratório, utilizando até mesmo incentivadores
respiratórios e se necessário uso de ventilação não invasiva como auxiliares
para melhora ventilatória. (ANDRADE ET AL).
A visão de cuidados paliativos principalmente
em pacientes oncológicos abrange dimensões que afetam não apenas a parte
física, como psicológicas, sociais e espirituais do paciente como também de
seus familiares. Com isso é necessário uma relação entre o
fisioterapeuta-paciente seja de grande confiabilidade que pode ser adquirida
por meio da comunicação, é importante informar tanto ao paciente quanto aos
seus familiares a verdade quanto à patologia existente e principalmente o
objetivo do tratamento em curto prazo, pois assim possibilita que o mesmo tenha
uma maior interação e participação ativa no tratamento, com isso consegue-se
dissipar o sentimento tanto de abandono quanto de fracasso que podem surgir a
este tipo de paciente.
O
fisioterapeuta possui o papel que se pode definir o mais importante, pois além
de estar ativamente presente no tratamento que não apenas esta relacionada à
cura da patologia, busca a melhora da qualidade de vida do paciente, que esta
diretamente ligada à reintegração deste individuo a sociedade, preservando e
cultivando a intendência funcional podendo assim viver mais ativamente.
Referências Bibliográficas
Manual
de cuidados paliativos, 1º edição 2009, Bianca Andrade; Celisa Sera; Samira
Yasukawa; ANCP (Academia Nacional de Cuidados Paliativos)
Papel
da fisioterapia nos cuidados paliativos a pacientes com câncer, Fernando Cezar
Iwamoto Marcucci, 2004.
Cuidados
Paliativos aos Pacientes Terminais: percepção da equipe de enfermagem, Julio
Cezar Santana, Ana Cristina Campos, Bruna Barbosa, Carlos Baldessari, Kenia de
Paula, Maria Alice Rezende, Bianca Dutra, 2009
Cuidador
do idoso com câncer avançado: um ator vulnerado, Ciro Augusto Floriani e Fermin
Roland Schramm, 2006.
Cuidado
Paliativo, 2008; Celisa Tiemi Sera, Helena Izzo; CREMESPE(Conselho Regional de
Medicina do Estado de São Paulo).
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