Pós Graduanda em Fisioterapia Intensiva: Mariana Trindade
As unidades de terapia intensiva por muito
tempo foram compostas basicamente por médicos e enfermeiros, mas com o avanço
da medicina e das pesquisas em saúde houve a necessidade de acrescentar outros
profissionais especializados, a fim de dispersa o que eram de exclusivas responsabilidades
de médicos e enfermeiros. Com isso essas unidades, passaram a ser formadas por
equipes multidisciplinares no qual o fisioterapeuta foi incluído e reconhecido devido
a sua atuação e relevância no atendimento dos pacientes.
Segundo
Presto et al (2009), a fisioterapia intensiva é uma especialidade nova que vem crescendo
e ganhando seu espaço nas unidades de terapia intensiva, umas vez que o fisioterapeuta
atua desde a prevenção, realibilitação e alta do paciente. Devido a esse crescimento,
as exigências quanto a melhorias nas habilidades de uma avaliação à beira do leito
estão sendo cada vez mais imprescindíveis e de súmula importância ao que diz
respeito à elaboração de uma conduta terapêutica que promova, da forma mais
pratica e rápida possível, a evolução e alta desse paciente destas unidades. A
avaliação é considerada pelo fisioterapeuta com um dos critérios mais importantes
para elaboração de seu plano de tratamento, haja vista que a avaliação evita
que técnicas desnecessárias e inadequadas sejam administradas pelo
profissional, diminuído possíveis agravos ao paciente uma avaliação breve
permite que se explorem rapidamente órgãos e sistemas corporais como:
cardiopulmonar, tegumentar, musculoesquelético e neuromuscular. Diante de uma
avaliação o fisioterapeuta pode planejar um tratamento eficaz de acordo com as
necessidades de cada paciente. A Avaliação exige do fisioterapeuta uma visão
sistêmica do paciente, com algumas peculiaridades, uma delas é falta de tempo
para avaliar, pois nem sempre estará disponível para realizar uma avaliação por
completa, devido alguns pacientes serem admitidos na UTI com um quadro agudo
precisando de intervenção fisioterapêutica imediata, por outro a pacientes que
chegam estáveis logo podendo realizar uma avaliação mais completa.
O
profissional precisa ser um generalista e conhecer assuntos sobre ventilação
mecânica, sistema respiratório, interpretação de exames laboratoriais, e de
imagens para que se possa elabora um plano de tratamento.
Segundo
Sarmento (2010) sem uma avaliação bem realizada é impossível identificar
alterações apresentadas pelo paciente bem como traçar e realizar a conduta
fisioterapêutica adequada, para que haja uma boa evolução e alta o mais rápido
possível, pois quanto mais tempo o paciente ficar internado UTI mais chances de
complicações ele poderá ter. São vários os fatores que devem ser avaliados com
frequência para assegurar um bom atendimento ao paciente, haja vista que os
pacientes internados nas unidades de terapia intensiva estão sujeitos a
alterações hemodinâmicas, cardíacas, respiratórias, neurológicas, ortopédicas e
etc.
Os
sinais e sintomas apresentados pelo paciente influenciam bastante a tratamento
e direcionam as investigações subsequentes, pacientes internados nas UTIs
geralmente apresentam comprometimento importante em sua função pulmonar,
podendo ser modificado e ou variar de um instante para o outro a avaliação deve
conter inicialmente identificação do paciente, logo sinais vitais, exame
físico, exames complementares e laboratoriais que irão contribuir na conduta a
ser realizada Deve ser realizada primeiramente uma anamnese colhendo os dados
pessoais do paciente bem como dados pertinentes sobre o paciente desde o momento
da sua internação, como histórias da doença atual, patológica pregressa, social
e familiar deste paciente, alem de identificar na Historia clinica o sexo,
idade, altura, peso, endereço, telefone para contato, estado civil, numero de
dias de internação, dias de acessos periféricos e centrais, diagnostico médico
dentre outros, estes dados basicamente são de grande importância para o
paciente. A avaliação de ser constante e deve ser realizada a cada troca de
plantão, pelo fisioterapeuta verificando o prontuário do paciente e as condutas
já realizadas, verificando a efetividade do tratamento e se tal conduta esta
refletindo melhora no quadro do paciente, tudo deve ser anotado no prontuário.
A
diversidade de informações que o hemograma pode fornecer, embora em geral
bastante inespecíficas, torna esse exame subsidiário um dos mais solicitados
nas práticas clínica e cirúrgica. As informações fornecidas pela análise do
sangue periférico pretendem responder a duas questões básicas: a medula óssea
está produzindo um número suficiente de células maduras de diferentes linhagens?
os processos de proliferação, diferenciação e aquisição de funções de cada tipo
celular estão se desenvolvendo de maneira adequada em todas as linhagens
celulares? Essas perguntas podem ser respondidas pelos parâmetros numéricos
fornecidos pelos sistemas hematológicos automatizados e pelo exame morfológico
das células à microscopia óptica. Assim, a somatória da análise de: aspectos
quantitativos + aspectos morfológicos + conhecimento fisiopatológico dos
distúrbios da hematopoiese será de grande auxílio diagnóstico em diversas
condições clínicas, servindo de importante subsídio para a observação da medula
óssea, podendo ser indicativas de diversos distúrbios medulares.
Um
estudo realizado em 2002 com o objetivo de identificar os componentes do
hemograma considerados úteis na prática clínica revelou resultados
interessantes. Somente 4 dos 11 parâmetros rotineiramente fornecidos foram
selecionados como úteis e frequentemente utilizados por mais de 90% dos
profissionais inquiridos: dosagem de hemoglobina (Hb), determinação do
hematócrito (Ht), contagens de plaquetas e de leucócitos.
ERITROGRAMA
O
eritrograma é a primeira parte do hemograma. É o estudo dos glóbulos vermelhos,
ou seja, das hemácias, também chamadas de eritrócitos.
Vejam
esse exemplo fictício abaixo. Lembre-se que os valores de referência podem
variar entre laboratórios.
Tabela: MD Saúde
Os
três primeiros dados, contagem de hemácias, hemoglobina e hematócrito, são
analisados em conjunto. Quando estão reduzidos, indicam anemia, isto é, baixo
número de glóbulos vermelhos no sangue. Quando estão elevados indicam
policitemia, que é o excesso de hemácias circulantes.
Se
por um lado, a falta de hemácias prejudica o transporte de oxigênio, por outro,
células vermelhas em excesso deixam o sangue muito espesso, atrapalhando seu
fluxo e favorecendo a formação de coágulos.
LEUCOGRAMA
É
o estudo dos leucócitos células responsável pela defesa celular e imunidade do
organismo. Quando há o aumento dos Leucócitos é porque o paciente esta com
alguma infecção, isto é chamada leucocitose que pode estar relacionada com
necrose tecidual, infarto queimaduras dentre outros pode também vir a ocorrer a diminuição dos leucócitos
levando a uma leucopenia, o que tornara o paciente mais propicio a infecções,
pode ser causada por utilização de medicamentos tais com anti-hipertensivos,
antibióticos e ou por substâncias utilizadas em tratamento de diabéticos e ou
por drogas quimioterápicas. Os leucócitos são, na verdade, um grupo de
diferentes células, com diferentes funções no sistema imune. Alguns leucócitos
atacam diretamente o invasor, outros produzem anticorpos, outros apenas fazem a
identificação e assim por diante.O valor normal dos leucócitos varia entre 4000
e 11000 células por mm³ de sangue.
PLAQUETOMETRIA
As
plaquetas são as células responsáveis pelo início do processo de coagulação.
Quando um tecido de qualquer vaso sanguíneo é lesado, o organismo rapidamente
encaminha as plaquetas ao local da lesão. As plaquetas se agrupam e formam um
trombo, uma espécie de rolha ou tampão, que imediatamente estanca o
sangramento. Graças à ação das plaquetas, o organismo tem tempo de reparar os
tecido lesados sem que haja muita perda de sangue.
O
valor normal das plaquetas varia entre 150.000 a 450.000 por microlitro (uL).
Porém, até valores próximos de 50.000, o organismo não apresenta dificuldades
em iniciar a coagulação.
Quando
os valores se encontram abaixo das 10.000 plaquetas/uL há risco de morte uma
vez que pode haver sangramentos espontâneos.
Quando
elevadas são chamadas de trombocitose e quando diminuída de trombocitopenia.
Pacientes com as plaquetas muito baixas estão mais predispostos a sangramentos,
e plaquetas muito elevadas podem levar a formação de trombos.
A
interpretação do hemograma não se restringe as modificações qualitativas e
quantitativas de seus elementos aliadas as às degenerações e outras alterações.
É necessária a avaliação dos dados clínicos junto com o exame físico do
paciente, para que se forme um quadro hematológico completo, o que facilita o
diagnóstico.
INTERAÇOES
FISIOTERAPÊUTICAS
LEUCOGRAMA
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Leucocitoses >14.000
células/mm³ podem comprometer o desmame ventilatório devido ao quadro
infeccioso.
|
Leucopenia < 4.000
células/mm³: pacientes podem estar mais suscetíveis a infecções oportunistas,
que podem comprometer sua estabilidade clínica.
|
ERITROGRAMA
|
Hemoglobina<9g/dL pode indicar insucesso
do desmame
|
Atividades de reabilitação com o paciente
apresentando hematócrito <30% e ou hemoglobina <9g/dL podem levar o
paciente a comprometimentos como IRpa,
DPOC ou IAM (cardiopatias)
|
PLAQUETOMETRIA
|
Pacientes com trombocitose acentuada
>600.000 células/mm³ podem apresentar maior risco de acidentes
tromboembólicos.
|
Pacientes com trombocitopenia acentuada
(<100.000 células/mm³) são mais suscetíveis a riscos de apresentarem
esquimoses e hematomas após abordagem fisioterapêutica.
|
Tabela:NASCIMENTO 2011
REFERÊNCIAS
AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NA UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. Yonnara D´Angelo de Oliveira Lopes, Dayana
Priscila Maia Mejia.Pós-graduação em Terapia Intensiva – Faculdade Ávila. www.portalbiocursos.com.br/artigos/fisio_intensiva/23.pdf
FISIOTERAPIA
NO PACIENTE CRÍTICO EM UNIDADE DE TERAPIA
INTENSIVA
(UTI) COM TRAUMATISMO CRÂNIO ENCEFÁLICO E TRAUMA
TORACOABDOMINAL
FECHADO.Lucimara
Toledo Machovsk, Maurícia Cristina Mirian C. da Costa Fagundes.Faculdade
União das Américas - Uniamérica, Foz do Iguaçu, Paraná.
O HEMOGRAMA:
IMPORTÂNCIA PARA A INTERPRETAÇÃO DA BIÓPSIA. BLOOD CELL ANALYSIS: THE IMPORTANCE FOR BIOPSY
INTERPRETATION.Helena
Z. W. Grotto. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2009;31(3):178-182.
FISIOTERAPIA NO
PACIENTE SOB VENTILAÇÃO MECÂNICA.PHYSIOTHERAPY ON THE MECHANICALLY
VENTILATED PATIENTS.George Jerre1, Marcelo A. Beraldo2, Thelso de Jesus Silva3, Ada Gastaldi4, Claudia Kondo5 ,Fábia Leme6, Fernando Guimarães7, Germano Forti Junior8, Jeanette J. J. Lucato9, Joaquim M. Veja10, Alexandre Luque11, Mauro R. Tucci12, Valdelis N. Okamoto13.Revista
Brasileira de Terapia Intensiva
Vol.
19 Nº 3, Julho-Setembro, 2007.
Interpretação de
Exames Laboratoriais para o Fisioterapeuta. Alexandre do Nascimento
Justiniano.Editora Rubio LTDA 2011. http://issuu.com/editorarubio/docs/interpretacaoexameslaboratoriaisparafisioterapeuta
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